EMPREENDEDORISMO
FEMININO CONTRIBUI PARA A GERAÇÃO DE RENDA EM COMUNIDADES DE BARCARENA
Este mês, comemora-se o
Dia Mundial da Comunidade, a data busca criar uma reflexão sobre o papel social
que cada cidadão desempenha no meio em que vive. Em Barcarena, região do Baixo
Tocantins no Pará, mulheres da comunidade do Laranjal, resolveram fazer a
diferença e empreender em prol da comunidade.
Elas reuniram-se e criaram
o projeto Lixoxiki, que oferece cursos de capacitação para corte e costura com
foco na reciclagem de banner, que se transformam em bolsas, cintos, eco bags,
entre outros artigos para diversos públicos. “Temos uma preocupação que vai
além de ensinar como reciclar esse material. Buscamos formar multiplicadoras e
novas empreendedoras dentro da nossa comunidade. Nossas artesãs estão sempre
atentas às tendências da moda e aos estilos que vão ser usados, por exemplo,
isso serve para que vejam que o mercado não é só fabricação, envolve um
contexto maior. Assim, elas podem desenvolver outras habilidades, agregando
valor, inovando e apresentando novas possibilidades”, afirmou Ivonethe Cordeiro,
coordenadora do projeto.
Ao todo, o projeto já
capacitou 80 mulheres em três anos de funcionamento. Atualmente é composto por
12 artesãs que trabalham em parceria com o programa Voluntários Albras, da
Alumínio Brasileiro S/A, empresa que fornece o material para reciclagem e,
também é um dos clientes, absorvendo parte da produção, em forma de brindes
corporativos. “É gratificante ver a consolidação de uma parceria que deu certo.
O projeto Lixoxiki é uma ação que apresenta três requisitos básicos do empreendedorismo:
é ecologicamente correto, já que sua base é a reciclagem; é economicamente
viável, gerando renda para as famílias e para própria manutenção do projeto e
socialmente justo, já que o maior ganho dele é transformar a percepção de vida
dessas mulheres e estimular um desenvolvimento pessoal e comunitário indo além
da complementação de renda”, avaliou Edson Maciel, analista de comunicação da
Albras.
Empreendedoras
Segundo dados do Serviço
de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) o empreendedorismo feminino
cresceu mais de 20% no último ano. De cada dez pequenos negócios abertos no
país, três tem o comando feminino. Na região Norte o crescimento foi o maior do
país. Em dez anos, o número de mulheres que montou um negócio cresceu quase
80%.
Participante do Lixoxiki
há seis meses, Marina da Silva, 40, colhe os frutos do novo trabalho.
Desempregada, conseguiu através da costura e venda de tapetes e bolsas
sustentar a família. “Quando entrei no projeto eu e meu marido estávamos sem
emprego e com um filho pequeno para criar. Comecei a costurar para vizinhos,
familiares e amigos. Quando me dei conta já estava ganhando mais do que no meu
antigo emprego”, comemorou Marina.
O estudo do Sebrae também
revela que as mulheres que estão montando o seu próprio negócio são bastante
jovens: 41,3% têm entre 18 e 39 anos e 52% têm entre 40 e 64 anos. Além disso,
cerca de 40% delas são chefes de família, sendo que a maioria (70%) tem ao
menos um filho.
Hoje, o projeto já oferece
oficinas em comunidades próximas o que possibilita que o formato sirva de
exemplo para outras famílias e possa mudar a realidade de cada vez mais
pessoas.
Recentemente a Associação
da Comunidade Remanescente de Quilombo do Caeté (Aquicaeté), em Abaetetuba,
recebeu uma oficina que capacitou 17 mulheres da região. Além de gerar
renda, a oficina auxiliou no fortalecimento da associação de moradores que já
existe na comunidade e produziu multiplicadoras do projeto na região. “Essa
experiência veio somar com o trabalho que nós desenvolvemos aqui, no grupo de
mulheres, e todas nós ficamos muito gratas pelo aprendizado. Já fazemos há
algum tempo estudos sobre o mercado de artesanato e de outras opções para gerar
renda para a comunidade, mas esse trabalho é ótimo, pois, além de arte, ele agrega
valor através da preservação do meio ambiente, algo que é muito importante para
nós”, afirmou Ana Carla, coordenadora do grupo de Mulheres do Caeté.
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